O joio do trigo #30

Hoje será o nosso segundo set do jogo. Na última edição do Joio, o tênis e a rivalidade entre Federer e Nadal (Fedal) foram o pano de fundo para uma discussão sobre alavancas e ameaças em relação a negócios, unidades de negócios e, até mesmo, setores. Vamos para o segundo set? É hora de separar o Joio do trigo!

Como parte do meu trabalho, a cada semana eu leio muito conteúdo sobre dados, tecnologia e inteligência artificial (apelidada de IA). Eu faço uma seleção e envio para você os melhores, todos os domingos.

Olá amigos 👋 ,

Hoje será o nosso segundo set do jogo. Na última edição do Joio, o tênis e a rivalidade entre Federer e Nadal (Fedal) foram o pano de fundo para uma discussão sobre alavancas e ameaças em relação a negócios, unidades de negócios e, até mesmo, setores. Vamos para o segundo set? É hora de separar o Joio do trigo!

O chique é ser simples

Na última edição do Joio, o tênis e a rivalidade entre Federer e Nadal (Fedal) foram o pano de fundo para uma discussão sobre alavancas e ameaças em relação a negócios, unidades de negócios e, até mesmo, setores. Vamos para o segundo set? É hora de separar o Joio do trigo!

Hoje, iremos propor dois exercícios que nos permitirão compartilhar metodologias e recursos que se tornarão importantes aliados nesse tipo de análise. Em vez de raquetes, como na imagem acima, utilizaremos dados e tecnologia!

O primeiro exercício nasceu durante uma aula, quando um aluno me perguntou sobre como avaliar o potencial de uma nova tecnologia em teste para automatizar, ou pelo menos tentar, tarefas específicas em sua indústria - agropecuária. Será que existe um método eficaz para realizar tal análise? Uma pergunta aberta e que se faz necessário buscar fontes confiáveis. O objetivo é avaliar possíveis automações de processos frente a testes de novas tecnologias com baixas chances de êxito. Como este tópico está relacionado ao nosso segundo set, achei importante compartilhar.

Apesar de ser uma pergunta muito ampla, porém, ainda assim, conseguimos organizar uma visão em relação aos dados. O gráfico a seguir mostra o progresso da inteligência artificial nas últimas duas décadas em 5 tarefas específicas (ou domínios), desde reconhecimento de escrita a compreensão de linguagem natural. Inicialmente, os sistemas de IA apresentaram desempenho muito inferior em comparação aos humanos (-100) nesses testes padronizados. No entanto, na última década seu desempenho melhorou rapidamente, superando os humanos em alguns domínios. Cabe ressaltar que estamos falando aqui de testes controlados com objetivos bem definidos. Fora desses cenários controlados, o desempenho da IA ainda é variável, com aplicações que ainda estão em fase de testes e desenvolvimento, enquanto outras capacidades, como reconhecimento de imagem e fala, já estão amplamente disponíveis no nosso dia a dia.

Uma comparação dessas pode te ajudar a entender para onde a tecnologia está indo e, com isso, avaliar se essa solução pode virar uma possível concorrência ou um "rival" no curto ou médio prazo.

Já para o segundo desafio mais contextualizado iremos fazer uso de uma metodologia de escrever uma história de trás para frente. Muitos já devem ter ouvido a analogia do Brasil como o país da jabuticaba. No entanto, essas "jabuticabas" podem e devem ser encaradas como oportunidades em potencial. Além disso, aquele que se propuser a resolver alguma dessas questões pode vir a se tornar um concorrente ou "rival" no futuro.

Vamos combinar algumas informações de fontes variadas a fim de tentar criar um "algoritmo" mental para esse tipo de análise. O objetivo é apenas sugerir uma abordagem dentre muitas possíveis. O exemplo anterior já foi um exercício inicial nessa direção.

O fundo atlântico, no seu já tradicional relatório sobre a transformação digital na América Latina, edição de 2023, discute as mudanças tectônicas: os cinco catalisadores da tecnologia e inovação na região. De acordo com o relatório, uma série de elementos combinados com uma população jovem farão da América Latina o motor do mundo. O documento destaca que, apesar do otimismo, não se pode esquecer dos problemas crônicos como pobreza e educação deficiente.

Um exercício interessante é (re)escrever a história de trás para frente. Segundo o relatório, as aplicações emergentes que fazem uso de IA na América Latina acabam se beneficiando de nossas particularidades e contextos únicos. A educação, na imagem a seguir, surge como o setor com maior potencial para se beneficiar desta tendência:

Em relação ao atraso na educação, discutimos anteriormente na edição #27 e observamos que em 2009 o Brasil registrava que 50% de seus adolescentes de 15 anos estavam no chamado nível 1, demonstrando dificuldades em realizar tarefas básicas de leitura, com dados insuficientes para caracterizar completamente suas habilidades. No dado mais recente, de 2018, ainda notamos que 40% desses jovens permanecem no nível 1.

Portanto, temos uma população jovem com o desafio de acelerar a aprendizagem dessas habilidades. Porém, outro dado que chamou a atenção foi: o acesso à internet na América Latina cresceu na mesma velocidade observada em países de alta renda. Porém, quando observamos os dados de forma detalhada, notamos que esse crescimento foi impulsionado pela população de menor renda, ou seja, a base da pirâmide.

Como será esse comportamento especificamente no Brasil? Conforme dados do site Statista, observa-se um aumento, ao longo do tempo, da porcentagem da população brasileira com acesso à internet:

Numa pesquisa feita no Brasil de junho a outubro de 2022, cerca de 95% dos entrevistados de 16 a 24 anos acessaram a internet. Entre os brasileiros com 60 anos ou mais, a taxa de uso da internet ficou em 43%. No geral, a previsão é que 77.87% da população do Brasil estivesse online em 2022. A expectativa é que em 2027 mais de 85% dos brasileiros tenham acesso à internet.

Parece intuitivo que esse acesso ocorra via celular, mas isso de fato se confirma? Segundo dados de pesquisa da instituição We Are Social, 98,9% da população brasileira com idade entre 16 e 64 anos e com acesso à internet também possui um aparelho celular.

Vamos começar a conectar os pontos? Agora podemos compreender de uma forma mais abrangente e com base em dados, o tópico Educação entre as aplicações nascentes com potencial na América Latina. A tecnologia evoluiu seja em capacidades, existe uma população jovem com amplo acesso a dispositivos móveis (celulares) e uma necessidade de aprender novas competências e habilidades que serão importantes nos próximos anos. Certamente existem diversas outras variáveis que também explicam esse movimento, porém realizei uma simplificação para facilitar a nossa construção.

As novas tecnologias baseadas em IA generativa tiveram um avanço acelerado em modelos de linguagem natural. Esse é um dos motivos (existem outros) pelo qual a utilização dessas ferramentas está concentrada na área de marketing e vendas, com geração de conteúdo e ações personalizadas. O pano de fundo da analogia com o tênis e o seu "rival", a partir de sua criatividade, pode ir muito além de seu Federer ou Nadal.

A era da IA está apenas começando! :)

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