O joio do trigo #3 - Especial

Esta semana, estamos fazendo algo diferente. Estamos lançando uma versão alternativa de O Joio e o Trigo para animar o seu retorno do feriado e, é claro, mantê-lo informado.

Como parte do meu trabalho, a cada semana eu leio muito conteúdo sobre dados, tecnologia e inteligência artificial (apelido IA). Eu os filtro e envio para você os melhores, todos os domingos.

Olá amigos 👋 ,

Esta semana, estamos fazendo algo diferente. Estamos lançando uma versão alternativa de O Joio e o Trigo para animar o seu retorno do feriado e, é claro, mantê-lo informado. Vamos falar sobre um artigo escrito por Steven A. Cohen e Matthew W. Granade para o Wall Street Journal em 2018. Apesar da data, o conteúdo parece ter sido escrito ontem! É impressionante como é possível ter uma visão além do alcance.

É hora de separar O JOIO DO TRIGO…

Foto: Phil Foster

Data-Driven é passado!

Você leu corretamente! Eu realmente acredito que ser Data-Driven é o primeiro passo. Costumo brincar que todas as pessoas que precisam de dados precisam deles para tomar decisões. Sei que muitas empresas se posicionam como Data-Driven, defendendo esse modelo como uma vantagem competitiva.

Vamos imaginar o seguinte cenário: um ciclo de desenvolvimento de produtos (ou serviços) que tenha modelos estatísticos como base. Esses modelos permitem melhorar os produtos, capturando dados mais precisos e, consequentemente, criando novos modelos de aprendizagem de máquina que estão em constante evolução. Isso gera um ciclo virtuoso que melhora continuamente o produto e, por consequência, a experiência do cliente.

Tudo isso cria um processo quase sem atritos de melhoria contínua, ao invés de ser impulsionado por avaliações e avanços humanos, como é feito no modelo Data-Driven. Para facilitar o entendimento, podemos comparar os modelos de aprendizado de máquina a uma criança que está aprendendo a falar. Assim como elas, esses algoritmos aprendem pela primeira vez e, em seguida, deveriam ser capazes de generalizar o que aprenderam, mas também sempre aprendendo algo novo.

Uma empresa orientada por modelos vai além de uma empresa direcionada por dados. Uma empresa orientada por dados coleta e faz análises estatísticas para ajudar seus executivos a tomar as melhores decisões. Em uma empresa orientada por dados, os dados ajudam o negócio. Já em uma empresa orientada por modelos, os modelos são o próprio negócio.

Atualmente, muito se fala sobre inteligência artificial e big data, mas os modelos são a fonte do poder por trás dessas ferramentas. Um modelo, em sua definição, é um conjunto de equações matemáticas ou regras que tentam explicar algum fenômeno ou prever algum fato, como a possível inadimplência de um cliente ou até mesmo o próximo cliente. A grande beleza dessa criação é o fato de não precisar haver intervenção humana, o que elimina o "viés humano" que muitas vezes toma decisões baseadas em intuição, e não em dados.

Esses algoritmos são treinados para sempre otimizar os resultados e observar características que nenhuma pessoa conseguiria fazer através de centenas de milhares e até milhões de informações. Uma vez desenvolvido, um modelo pode aprender com seus sucessos e fracassos em uma velocidade e sofisticação que os humanos normalmente não conseguem acompanhar.

Um negócio orientado por modelos, então, usa esses modelos para impulsionar as principais decisões em seus processos de negócios, criando linhas de receita ou redução de custos baseadas no aumento da eficiência. Para construir esse sistema, é necessário um mecanismo, muitas vezes baseado em software, para coletar dados, processos claros para o desenvolvimento de modelos a partir desses dados e ainda um mecanismo para atuar na sugestão dos próprios modelos. Empresas como Netflix, Tencent e Amazon demonstram essa característica, como Steven A. Cohen e Matthew W. Granade descreveram no artigo "Models Will Run the World" no WSJ.

No caso da Netflix, por exemplo, seu algoritmo de recomendação é famoso e é responsável por 80% do consumo de conteúdo. Sempre que um cliente aceita ou rejeita uma recomendação, o algoritmo da Netflix melhora. Essa transformação está tomando forma em vários setores, incluindo alguns geralmente descritos como tradicionais: agricultura, logística e serviços.

Quem vai ganhar esse jogo? Provavelmente, quem desenvolver a capacidade de construir e integrar modelos estatísticos aos seus negócios, quem coletar os melhores dados sobre clientes e se manter no círculo virtuoso. Na busca pela vantagem competitiva, as empresas guiadas por modelos vão acelerar o processo nos próximos anos, e a aposta é nos negócios orientados por modelos: "Model-Driven"

até Domingo…